Fala, viajantes! Pois bem, hoje vamos abordar um assunto que, embora técnico, é esclarecedor: seguiremos com as curiosidades da aviação. Fizemos o mesmo semana passada. Entretanto, neste post vamos abordar algo mais específico: o que são os tais filtros HEPA e como eles funcionam? Assunto muito importante para ser esclarecido em tempos de pandemia. Não acham?
Hoje é sábado, segundo dia de 2021, e nada melhor do que um post deste tipo para turbinarmos nosso conhecimento. Aliás, conhecimento nunca é demais 😉
Portas em automático!

POSTS PASSADOS RELACIONADOS A AVIAÇÃO
Como todos nós gostamos muito de avião, esta não é a primeira vez que o assunto aviação vem à tona. Logo, confira abaixo nossos posts passados sobre este belo universo que é a aviação civil:
- Avião: o que pode ser levado como souvenir;
- Arremetidas: o que são e por que acontecem;
- Aeroporto: luzes na pista, faixas, placas… O que significa cada coisa;
- Alfabeto Fonético Internacional: o que é e para que serve;
- Aviação: 10 curiosidades que provavelmente você não sabia!
O QUE SÃO OS FILTROS HEPA?
Pois bem, as cabines das aeronaves são pressurizadas. Estas contam com sistemas bem específicos de ventilação e filtração, que mantêm o ar sempre limpo. Exatamente como das unidades hospitalares de ponta e centros cirúrgicos. É justamente aí onde entram os filtros HEPA. Eles eram, até antes da pandemia, pouco conhecidos/divulgados.
Seguindo: conforme dito acima, as aeronaves são equipadas com filtros de ar particulado de alta eficácia, chamados filtros HEPA. A sigla quer dizer, em inglês, High Efficiency Particulate Arrestance. Tais filtros são idênticos aos que são utilizados nos ambientes monitorados de hospitais, como centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva. Por sua vez, eliminam 99,99% de vírus e bactérias. Fungos, ácaros, umidade e qualquer outro tipo de contaminação que possa, potencialmente, vir a afetar passageiros e tripulantes, que também entram nesta estatística.
COMO FUNCIONAM OS FILTROS HEPA EM UM AVIÃO?
O ar circulante nos aviões é coletado fora da aeronave e renovado a cada 2 ou 3 minutos. Uma parcela de 30% a 50% é reciclada no intuito de manter a temperatura e a umidade nos níveis corretos. Vale destacar que todo este ar é filtrado pelos ditos filtros HEPA antes de ser liberado na cabine.
Além de tudo, quando capturados pelos filtros HEPA, bactérias e vírus enfrentam uma umidade relativa do ar bastante baixa, na casa dos 10%. Há, portanto, impedimento quanto a sua sobrevivência.
Igualmente, o sistema de ventilação das aeronaves é disposto de uma maneira em que o ar circulante evite passar na altura média da cabine, onde estão as cabeças dos passageiros.
Confira na imagem abaixo, retirada do site da IATA, o esquema de ventilação dentro de um avião, com a direção do ar:

EM RESUMO…
O ar circulante dentro de uma aeronave oferece uma atmosfera muito mais segura e limpa virtualmente do que a de qualquer outro lugar. Sanitariamente falando, sob a ótica da qualidade do ar, você está mais seguro em qualquer voo, seja ele curto ou de longo curso, do que em ambientes como supermercados, shoppings centers, meios públicos de transporte e etc. Em síntese: você voa dentro de um centro cirúrgico...
SE HÁ FILTROS HEPA QUAL O MOTIVO DO USO DE MÁSCARAS?
Este quesito é um pouco polêmico. Eu, opinião estritamente minha, vejo como completamente desnecessária esta medida. A eficiência dos filtros HEPA é virtualmente total. Entretanto, para garantir mais conforto psicológico e sensação de segurança aos passageiros, as companhias aéreas têm adotado esta política. Igualmente, por retaguarda, muitas agências sanitárias de vários países, inclusive a nossa Anvisa aqui no Brasil, tem recomendado esta medida.

Lembre-se: grande parte dos passageiros são naturalmente leigos neste quesito. E faz o mais absoluto sentido visto que estamos tratando de um tema bastante específico. Vários executivos de empresas aéreas, por exemplo, até muito pouco tempo, desconheciam o passo a passo em detalhes do funcionamento dos filtros HEPA.
CORONAVIRUS E OS FILTROS HEPA
Os filtros HEPA captam os menores vírus e bactérias presentes no ar (0,01 micrômetro). O novo coronavírus (Sars-Cov-2) varia de 0,08 a 0,16 micrômetro. Logo, é filtrado com total eficiência. Não obstante, os microrganismos capturados pelos filtros HEPA não sobrevivem devido à baixa umidade do ar (10% a 15% de umidade). A falta de nutrientes do ambiente também é outro fator que impedem sua sobrevivência.
MANUTENÇÃO E LIMPEZA DOS FILTROS HEPA
Os filtros HEPA são trocados e renovados com bastante periodicidade. As orientação dos fabricantes de cada modelo de aeronave são seguidas a risca. Igualmente, há um cauteloso e rigoroso cuidado com os funcionários que realizam este tipo de operação. Durante toda a troca, os filtros são manuseados com uso de equipamentos de proteção individual e descartados em embalagens lacradas.
Um adendo: o Brasil é um dos países com níveis altíssimos de segurança na aviação comercial. Não ficamos atrás de nenhum país de primeiro mundo.
ESTUDO DA IATA
Em parceria com a Boeing, Airbus e Embraer foi conduzido um estudo detalhado sobre a possibilidade de contaminação do novo coronavírus a bordo.
Segundo o estudo, desde o início de 2020, registrou-se apenas 44 casos de Covid-19 que podem estar associadas a uma viagem de avião. Vejam: que podem. Não é absoluta certeza. Entre os casos estão os confirmados, prováveis e potenciais. O número é virtualmente nulo, uma vez que cerca de cerca de 1,2 bilhão de passageiros viajaram de avião no mesmo período. Logo, 44 casos em meio a 1,2 bilhão de passageiros.
Veja o que disse Dr. David Powell, Conselheiro Médico da IATA:
“O risco de um passageiro contrair a Covid-19 a bordo parece muito baixo. Com apenas 44 casos potenciais identificados de transmissão relacionada à voos entre 1,2 bilhão de viajantes, isso significa um caso para cada 27 milhões de viajantes. Reconhecemos que esse número pode estar subestimado, mas mesmo se 90% dos casos não fossem relatados, seria um caso para cada 2,7 milhões de viajantes. Achamos esses números extremamente reconfortantes. Além disso, a grande maioria dos casos publicados ocorreu antes da obrigatoriedade do uso de coberturas faciais a bordo.”
Numa matemática simples, com os números acima, podemos chegar a seguinte conclusão:
- Temos aproximadamente 1 caso de contaminação para cada 27 milhões de viajantes;
- Se apenas 10% dos casos fossem reportados seria 1 caso para cada 2,7 milhões de viajantes.
E reitero novamente: Foram registrados 44 casos, em meio a 1,2 bilhão de passageiros que incluem confirmados, prováveis e potenciais.
De toda sorte, para ter acesso ao estudo da IATA basta clicar aqui. Esta versão é em português.
CONSIDERAÇÕES
Bem, acredito fortemente nos estudos. Assim como nos números por eles apresentados. Estamos tratando de estudos sérios e muito bem estruturados.
Igualmente, tenho total confiança nos filtros HEPA das aeronaves.
Compreendo mais do que perfeitamente a preocupação de muitos dos nossos leitores quanto a segurança sanitária em viajar de avião, uma vez que no que tange os filtros HEPA estamos tratando de um tema bastante técnico e que por anos passou desapercebido por viajantes. Somente veio à tona agora…
Não obstante, por conta da pandemia, tornou-se igualmente um assunto digamos… delicado.
Conforme afirmei acima, o número de casos de contaminação a bordo é virtualmente nulo. Os números falam por si. Lembre-se novamente: você voa em um centro cirúrgico.
FINALIZANDO
Pois bem, o que você achou deste post? Espero que tenha gostado. De verdade! E principalmente entendido o quão é seguro voar sob a ótica sanitária. Voamos em verdadeiros centros cirúrgicos. Lembre-se! 😉
Igualmente, se ficou alguma dúvida joga sua pergunta lá. Teremos o maior prazer em respondê-lo. E nada de acanhamento, hein? Lembrando que seu feedback é sempre muito importante pra nós!
Pois bem, e agora, para não perder o hábito dos posts que expresso minha opinião particular, vamos deixar uma coisa bem clara: estas são opiniões estritamente minhas. Não reflete a opinião do Estevam, de nenhum outro colunista do portal EPM ou tampouco do Estevam Pelo Mundo como fonte de informação e pesquisa sobre viagens, companhias aéreas, hotéis e demais assuntos da mesma natureza. Vamos deixar isso bem claro.
Vamos deixar também uma outra coisa bem clara: todo e qualquer produto ou informação que eu traga além do tópico que eu revise, seja ele um voo em cabine premium, um programa de fidelidade, um lounge ou um hotel, sigo minha própria independência, bem como as diretrizes de imparcialidade do Estevam Pelo Mundo. Em assim sendo, tenho total liberdade e obrigação para com nossos leitores para pontuar, sob a minha ótica, o que acho/acredito.
QUEM SOU EU?
Lucas Cabral, editor-chefe aqui do EPM para programas de fidelidade, cartões de crédito, pontos, milhas aéreas e afins. Estou aqui precisamente desde meados de maio. Se quer me conhecer melhor, saber quem eu sou e saber como eu vim parar aqui basta dar uma sacada no meu primeiro post, quando fui oficialmente lançado aqui no Estevam Pelo Mundo. Para isso basta clicar aqui. Igualmente, se gostou de mim ou quer ir conferindo algumas das minhas fotos de viagem e de algumas exaltações proporcionadas por milhas e pontos basta dar um follow lá no Instagram. Meu nome na rede é @lucasmcv 😉
Por fim, um grande abraço e até o próximo post!
LUCAS CABRAL
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